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A função social das empresas e o racismo estrutural


 

    Ao ler sobre a repercussão do comentário considerado racista feito pela co-fundadora de uma determinada empresa, independentemente do teor de suas observações, pensei o quanto o racismo precisa ser discutido a fim de encontrar uma solução para extinguir de vez esse mal que aflige o nosso corpo social. Infelizmente, o brasileiro não se deu conta do problema sério que ainda está enraizado em nossa sociedade.

Falar sobre isso não é "mimimi", como pontuado por muitas pessoas - muitas mesmo!!  E reforço que, neste contexto, dos objetivos empresariais que muitos conhecem, como as preocupações com seus interesses e principalmente com seus resultados,  está o papel fundamental que é a função social, destacando a redução de desigualdades sociais, como estabelece a nossa Constituição Federal.

Quando pensamos em função social devemos nos conscientizar que, dentre as responsabilidades das empresas estão também as obrigações em relação à dignidade humana, aos interesses coletivos e à solidariedade, especialmente com os empregados, com os consumidores, com o meio ambiente e com a sociedade em geral.

O racismo é um problema de comportamento individual ou em grupo, que atinge a vítima de forma intencional, como uma agressão verbal ou física, por exemplo. Todavia, quando falamos de racismo estrutural o conceito ganha outra conotação, pois identificamos a aceitação consciente ou inconsciente dessa prática repulsiva, escondida, algumas vezes, em um ato aparentemente "inocente". 

E como a função social da empresa pode contribuir para desconstruir o racismo estrutural?

Primeiro é importante relembrar que a pessoa negra era considerada, há pouco mais de 130 anos, como um objeto passível de propriedade. Infelizmente, a sombra desse fato ainda está entranhado em nossa cultura e a correção, que deveria ter sido efetiva e eficiente ao longo desses anos, ocorre ainda de forma lenta por ações feitas pelo Estado e por parte da sociedade.

Portanto, é necessário que as empresas, dentro de suas prioridades, elabore de acordo com seus valores uma política que concretize o princípio constitucional da igualdade, promovendo a diversidade em todos os seus departamentos de forma que possa refletir fora dela e favorecer toda a coletividade, enriquecendo as experiências humanas e tendo um papel importante em fortalecer a autoestima de pessoas que são tão discriminadas, muitas vezes sem espaço, sem oportunidade acadêmica ou profissional. 

Finalizo esta minha observação dizendo que cabe a cada empresa ter consciência, ouvir as pessoas que são afetadas diretamente pelo racismo, rever seus valores e trabalhar de forma pontual para que todos sejam beneficiados, incluindo os funcionários e familiares, consumidores, vizinhos, refletindo a todos nós brasileiros, enquanto corpo social, abarcados pela garantia constitucional de que somos todos iguais sem distinção de qualquer natureza.




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