Startups: Um nova era

Vivemos um tempo em que ou renovamos nossos pensamentos e planejamentos, ou sucumbiremos na explosão da tecnologia e das novas convicções após o advento da pandemia. As empresas inovadoras são chamadas de startups e, para selar a importância que isso tem para a nossa economia, a Lei Complementar 182 foi sancionada em 01/06/2021.

A nova legislação, que terá vigência após 90 dias da sua publicação, ocorrida em 02/06/2021, estabelece princípios e diretrizes para fortalecer ainda mais o empreendedorismo inovador que é um condutor de crescimento na economia, uma fonte expansiva do desenvolvimento social e também ambiental. Quando imaginamos que nossa rotina mudou e consequentemente o que está à nossa volta tomou outro formato, passamos a exigir ainda mais das empresas para que elas atendam às nossas necessidades atuais. Surgem então as múltiplas faces do desenvolvimento através dos idealizadores, que visam acompanhar os novos valores sociais, seja em ambiente de trabalho, seja a vida que cada um leva, às mudanças climáticas ou à sustentabilidade. 

As pessoas têm um novo olhar sobre o que querem consumir. A exemplo disso temos a restrição de consumo de carne. Obviamente a maioria das pessoas apreciam a carne bovina, mas uma parcela deste grupo tem uma preocupação sobre o impacto que isso pode representar para o nosso meio ambiente, uma vez que a agropecuária provoca o desmatamento e muitas vezes a contaminação do solo e da água. E qual é a expectativa desse público? Uma produção mais responsável, mais saudável, preservando as nossas florestas, incentivando a agricultura familiar e cuidando da transparência perante os consumidores.

Existem inúmeras exigências que não podem ser citadas aqui, mas se analisarmos à nossa volta, podemos ver que as pessoas querem mais qualidade de vida, mais flexibilidade em suas decisões e liberdade em suas compras. Um exemplo que pode ser mencionado é o uso da Inteligência Artificial para rastrear os gostos que cada um tem quando fazem uma breve pesquisa na web sobre um produto ou  serviço. Já observaram? Ao visualizarmos um objeto, quando voltamos ao site de pesquisa, outros produtos semelhantes em diferentes lugares passam a ser apresentados, porque houve uma captura do gosto/necessidade daquele momento. Outro exemplo é a substituição do cash pelo dinheiro digital, ou seja, apenas com as digitais ou reconhecimento facial/retina podemos fazer transações pela internet. Tudo isso faz parte da modernização empresarial que se atenta às exigências do novos consumidores.

Sabemos que a pandemia reforçou uma triste realidade de algumas empresas que contém inúmeras deficiências, como contratos inadequados, especialmente o de trabalho, análise de resultados precários, relacionamentos enfraquecidos com o cliente, equipes despreparadas, empobrecimento nas lideranças, decisões imaturas, sem planejamento assertivo e profundamente arriscado. Tudo isso levou à falência de muitas delas.

  

Portanto, as startups têm que acompanhar a nova era que a sociedade vive. Um corpo constituído por pessoas que pensam em como suas escolhas podem sensibilizar as causas sociais e políticas que defendem, bem como cuidar da sustentabilidade. É preciso que o empreendedorismo atual pense não só como gerar empregos, mas como gerenciar pessoas, assim como levar o conhecimento e oportunidade para se qualificarem, tal como aperfeiçoar as políticas públicas, o relacionamento com o cliente, a atualização das informações dentro da empresa e a fundamental adaptação às novas legislações.

Raquel Romão Reis

Advogada, com experiência em consultoria jurídica e elaboração de pareceres sobre temas empresariais e Administração Pública na Procuradoria da Junta Comercial do Estado de São Paulo (2017-2019),  pós-graduada em Direito Público e graduanda em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo.  Criadora dos perfis no Instagram e Facebook @cafejuridicofilosofico .